São Sebastião

sebastiao

 

Memória Descritiva dos Símbolos Heráldicos

Torre sineira – Representa o património religioso, invocando a torre de 1570.

Ramos de oliveira – Representam a actividade agrícola enquanto actividade económica.

 

Caracterização

É a mais meridional das freguesias que formam o núcleo urbano da cidade de Guimarães. É delimitada pelas freguesias de São Paio, Oliveira do Castelo, Creixomil, Urgezes e Costa. Esta freguesia contém espaços que até ao século XIX, eram considerados os arrabaldes de Guimarães. Nesse espaço peri-urbano localizam-se várias unidades fabris desactivadas, como a zona de Couros fortemente ligada à indústria dos curtumes, desde a Idade Média. Esta zona foi recentemente alvo de importantes intervenções de requalificação urbana.

 

Síntese Histórica

Como as restantes freguesias da urbe vimaranenses, São Sebastião teve uma instituição paroquial tardia, possivelmente no século XIII. Devido à destruição da igreja de S. Sebastião, em 1892, o templo do extinto Convento de Santa Rosa de Lima passou a assumir funções de igreja paroquial desta freguesia.

Esta freguesia possui espaços e imóveis de grande impacto artístico e visual como o denominado Campo da Feira, onde se localiza a cenográfica igreja setecentista dos Santos Passos, cujo projecto pertence ao arquitecto bracarense André Soares. Destaca-se ainda, o Convento de São Francisco com as suas dependências conventuais, cuja capela-mor foi edificada com o apoio da primeira duquesa de Bragança D. Constança de Noronha. Na capela-mor sobressai uma das obras-primas da talha portuguesa: o magnífico retábulo desenhado por Miguel Francisco da Silva e de cuja execução se ocupou, em 1743, Manuel da Costa Andrade. Ao lado desta instituição monástica situa-se a Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco (século XVIII). No Toural, encontramos a neoclássica Basílica de São Pedro, cujas obras se arrastaram ao longo dos séculos XVIII e XIX e a Casa do Fidalgo do Toural, exemplar de imóvel brasonado setecentista. Esta freguesia possui no seu seio duas instituições monásticas femininas: os extintos conventos da Madre de Deus e de Santa Rosa de Lima. O Convento da Madre de Deus é fundado em 1681, por Catarina das Chagas. Em 1918, instala-se neste imóvel o Centro Juvenil de São José. Actualmente, o interior da igreja está decorado com um retábulo-mor oitocentista de proveniência desconhecida, por dois altares laterais (1739) deslocados do extinto Convento de Santa Clara de Guimarães e por seis painéis de azulejos figurativos (século XVIII). O Convento de Santa Rosa de Lima é fundado em 1680 nas casas do hospital ou albergaria de S. Roque, administradas pela Confraria da Senhora da Graça. Nesta instituição, durante o século XVIII, trabalharam diversos mestres pedreiros e entalhadores oriundos de Braga e do Porto.

[Autoria: António José Oliveira]

 

Locais de Interesse Turístico

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco

Toural

Instituto de Design (UM) – Zona de Couros

 

Património Cultural Imóvel

Igreja de São Francisco, Cruzeiro do adro da Igreja de S. Francisco, Frescos do convento de S. Francisco, Igreja e Oratórios de N.ª Sr.ª da Consolação e Santos Passos (S. Gualter) e Igreja do convento das Capuchinhas ou da Madre de Deus (Imóveis de Interesse Público); Igreja de São Sebastião, Igreja de São Pedro, Capela de São Francisco, Capela de São José, Nicho e Solares.

Eventos

Nicolinas (Nov./Dez.), Festas Gualterianas (Jul./Ago.) – inserem-se nas antiquíssimas feiras que, desde o tempo de D. Afonso V, se realizavam em Guimarães, sob a invocação de S. Gualter. Discípulo de S. Francisco de Assis, este frade, que viveu no século XIII e escolheu Guimarães, em 1216, para aqui lançar os fundamentos de um convento franciscano, passou a ser venerado como patrono da cidade e com festa no primeiro domingo de Agosto. Como a feira anual se realizava, no primeiro sábado de Agosto, coincidindo com as festas e devoções em honra de S. Gualter, assumiu também esta a invocação do santo patrono. Em 1906, por iniciativa da Ass. Com. e Ind. de Guimarães, e com o objectivo de reanimar as seculares feiras de S. Gualter, foram criadas as Festas da Cidade e Gualterianas, as quais seriam logo marcadas por uma interessante inovação – a introdução de um cartaz de festas que jamais se perderia. Ao longo dos anos, o programa foi ganhando corpo e consistência, ressaltando a Marcha Luminosa. Estas festividades assumem-se como importante cartaz turístico e umas das maiores e características da região.

 

Artesanato

Madeira e pedra (João Leite – 968 679 116)

 

Filhos Ilustres da Terra

João Pinto C. T. de Sousa da Silva – Vereador do Senado da Câmara de Guimarães, Embaixador Enviado à Corte do Rio de Janeiro junto de D. João VI (1791 – 1833)

Francisco Martins Sarmento – Escritor e arqueólogo (1883-1899)

Guilherme de Faria – Poeta e editor (1907 – 1929)

Duarte Freitas do Amaral – Político – Estado Novo (1909-1979)

 

Padroeiro/Festividades

S. Sebastião (Padroeiro – 19 de Janeiro)

 

Equipamento e Serviço Social

Jard. Infância, Creches (4), Cantina Escolar, Polidesp., Centro Dia, Salão Paroq., Sede da Junta, Lares (2), Cap. Mortuárias (2) e Apoio Domiciliário (Ass. Fraterna).

 

Serviços

Unidades Hoteleiras, Turismo Habitação, Farmácia, Clínica, Consult. Médico, Lab. Análises Clínicas, Banco e Multibanco.

 

Freguesia em Números

Área (i): 40,75ha

Abastecimento de Água – Rede Pública (ii): 100%

Saneamento Básico (ii): 90%

Iluminação Pública (ii): 100%

Transportes (ii): TUG

Habitantes (iii): 1976 (H-905 M-1071) Eleitores (iv): 1939 (H-871 M-1068)

Alojamento (iii): 1033                           Famílias (iii): 773

Faixas Etárias (iii): 0/14-219 15/24-213 25/64-985 65 ou mais-559

Habilitações (iii): Nenhuma-290 Básico-1021 Secundário-301 Superior-364

[Fontes: i. Câmara Municipal Guimarães; ii. Junta Freguesia; iii. INE Censos 2011; iv. DGAI]

 

Pároco

José António Fernandes Antunes

Telefone: 253 420 000

 

Destaque

Zona de Couros

De norte a sul do País registaram-se vários aglomerados populacionais que dependiam da transformação das peles em couros. Em Guimarães, existem registos documentais que consubstanciam a forte ligação da população às operações de curtimenta que remontam ao séc. XIII. A Ribeira da Costa/Couros adquiriu o seu nome, porque nas suas margens se instalou um bairro industrial de curtumes, visto ser uma actividade que necessita de água em abundância.

Em meados do sécúlo XX ainda laboravam algumas unidades industriais, onde a transformação das peles em couro obedecia a práticas ancestrais conjugadas com algumas incursões tecnológicas. Em Julho de 1977, o núcleo industrial foi classificado de Imóvel de Interesse Público. No ano de 2001, ocorreu uma primeira intervenção no quarteirão de Couros, com a construção do Complexo Multifuncional onde se encontra a Pousada de Juventude, o Cybercentro e a Cooperativa de Apoio Social Fraterna. É também neste ano que a Zona de Couros fica inscrita, na Lista do Património Mundial da UNESCO. No ano de 2006, nasce uma parceria entre a Câmara Municipal de Guimarães e a Universidade do Minho com o projecto CampUrbis – que tem como objectivo a recuperação de uma área de 10ha no quarteirão de Couros. Com este projecto existe ainda a possibilidade de desenvolver outras iniciativas.

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