Oliveira do Castelo

Memória Descritiva dos Símbolos Heráldicos

Castelo – Representa o Castelo de Guimarães, Monumento Nacional do séc. X. Ao centro tem a Torre de Menagem mandada erguer pela Condessa Mumadona, cerca do ano 962. É bem possível que tenha sido o local onde nasceu D. Afonso Henriques.

Oliveira – Simboliza a oliveira existente no Largo da Oliveira. Existia, em tempos distantes, uma oliveira que se dizia trazida do jardim das oliveiras, em Jerusalém, por um mercador da Terra Santa. Essa oliveira secou. Mas quando o mercador mandou vir da Normandia o Cruzeiro, que desde o século XIV se ergue junto ao padrão, a oliveira verdejou três dias depois de colocado e nunca mais secou.

 

Caracterização 

Das freguesias citadinas esta é a maior em dimensão, dominada pelo Centro Histórico. Nos últimos anos, tem sido alvo de valorização urbanística e patrimonial integrada, que lhe valeu o título de Património Cultural da Humanidade (2001). Enquanto centro dinâmico da cidade, simultaneamente é a freguesia onde se encontram os mais emblemáticos monumentos vimaranenses. Delimitada por Azurém (a norte), Costa (a nascente e sul), São Paio (a poente) e São Sebastião (a sul).

 

Síntese Histórica 

Guimarães, desenvolveu-se à volta de dois pólos geradores e aglutinadores, o castelo e a Colegiada, que se fundiram por ordem de D. João I, em 1389. É à sombra do castelo e do mosteiro, que nascem os dois focos de povoamento organizados como resposta às solicitações de protecção religiosa e defensiva do burgo e das populações vizinhas. Nesta vila bipolar e policêntrica, começaram-se a organizar vários eixos de circulação, através da abertura de arruamentos e construção de edifícios, que aí se foram estruturando. No século XIV, D. João I manda construir uma nova igreja, cujas obras no templo e no claustro ainda decorrem no primeiro quartel do século XV; também neste período, e por intercessão do mesmo rei se inicia a edificação da Casa da Câmara. No claustro da Colegiada constrói-se a capela de São Brás (1419-1421); no Largo da Igreja da Oliveira, edifica-se o padrão em honra de Santa Maria. Dá-se início à construção da residência senhorial do 1º Duque de Bragança. No século XVI, a Colegiada é ampliada com a construção de uma torre na sua fachada principal, aí se instalando a capela tumular dos Pinheiros. a Colegiada transformara-se na Idade Média, num grande centro religioso, aonde afluíam imensos romeiros e peregrinos. em 1549, é lançada a primeira pedra para a construção do convento de Santa Clara (actual edifício da autarquia). A sua construção e a abertura do novo largo, junto à rua de Santa Maria, levou à demolição de casas, pardieiros e quintais. a Colegiada desde a Idade Média, inseria-se no centro vital de Guimarães. A igreja e a praça contígua, denominada de Santa Maria, polarizavam os interesses da população urbana. Essa praça era um espaço privilegiado da sociabilidade onde conviviam, lado a lado, o sagrado e o profano. A praça de Santa Maria era palco de cerimónias religiosas, local onde se efectuavam transações comerciais e se apregoavam as obras camarárias e que, ao mesmo tempo, se apresentava como um centro de decisão política. Nos finais do século XVII, funda-se o Convento do Carmo, com magnífica talha, que ainda hoje podemos admirar, da oficina bracarense de José Alvares de Araújo (1746). Digno de registo de arquitectura civil brasonada são por exemplo, entre outros, a Casa do Arco, a Casa dos Coutos, Casa dos Carvalho e a Casa dos Lobos Machado. [Autoria: António José Oliveira]

 

Padroeiro/Festividades

N. Sr.ª Oliveira (Padroeira – 14 Ago.), Sto. António (13 Jun.), Procissão Corpus Christi (Corpo de Deus), Nossa Sra. da Guia (1º domingo Set.), Sr. dos Desamparados (2º domingo Set.) e S. Dâmaso (11 Dez.).

 

Património Cultural Imóvel

Castelo Medieval, Antigos Paços do Concelho, Igreja da Colegiada N.ª Sr.ª da Oliveira, Padrão do Salado, Capela de S. Miguel do Castelo, Paço dos Duques de Bragança, Muralha (resquícios) e Cruzeiro de N.ª Sr.ª da Guia (Monumentos Nacionais); Capela de Santa Cruz, Casa dos Lobos Machado (Imóveis de Interesse Público); Casa das Rótulas (Imóvel de Interesse Municipal); Capelas: St.º António e Nossa Sr.ª da Guia, Oráculo do Sr. dos Desamparados, Tribunal, Posto Turismo, Convento de Santa Clara (Edifício da Câmara Municipal), Igrejas: S. Dâmaso e do Carmo, Chafariz do Carmo, Oratório de N.ª Sr.ª de Fátima, Casa dos Laranjais, Ruas: St.ª Maria, Egas Moniz, Arcela e Rainha D. Maria II, Pç. de S. Tiago, Lg. da Oliveira, diversos monumentos evocativos: Mumadona, D. Afonso Henriques, Martins Sarmento, Alberto Sampaio, João Franco e Gil Vicente e Casas Brasonadas.

 

Locais de Interesse Turístico

Património Cultural Imóvel e Centro Histórico (Património Cultural da Humanidade – UNESCO)

 

Eventos

Dia da Elevação a Cidade e da Freguesia (22 de Junho), Dia da Batalha de São Mamede (24 de Junho) e Nicolinas (Novembro/Dezembro).

 

Artesanato

Bordado, Pintura a carvão, Artes Plásticas, Ferro.

 

Filhos Ilustres da Terra 

João Baptista Felgueiras – Magistrado, Ministro e 1º proc. geral da coroa (1787-1848); Alberto Sampaio – Historiador (1841-1908);

Rodrigo Teixeira de Menezes – Advogado (1845-1883); Mário D. Pinto de Castro – Médico (médico dos pobres) e sub-del. saúde (1894-1973); Emídio Guerreiro – Professor e político (1899-2005); Domingos Torcato Ribeiro Almeida – Fundador da “Campeão Português” (1927-2004); José de Guimarães – Artista Plástico (1939)

 

Freguesia em Números

Área (i): 69,30ha

Abastecimento de Água – Rede Pública (ii): 100%

Saneamento Básico (ii): 100%

Iluminação Pública (ii): 100%

Transportes (ii): TUG

Habitantes (iii): 3265 (H-1515 M-1750) Eleitores (iv): 3212 (H-1483 M-1729)

Alojamento (iii): 1685                           Famílias (iii): 1257

Faixas Etárias (iii): 0/14-450 15/24-323 25/64-1811 65 ou mais-681

Habilitações (iii): Nenhuma-406 Básico-1751 Secundário-513 Superior-595

[Fontes: i. Câmara Municipal Guimarães; ii. Junta Freguesia; iii. INE Censos 2011; iv. DGAI]

 

Serviços 

Estação Serviço, Posto Abast. Combustíveis, Farmácias, Clínicas, Consult. Médicos, Laboratório Análises Clínicas, Bancos, Multibancos e Unidades Alojamento.

 

Equipamento e Serviço Social

Sede Junta, Creches (4), Jardins Infância (3), EB1 (c/Cantina Escolar), EB2/3 (c/Cantina Escolar) e Esc. Sec. (c/Cantina Escolar), Centros Formação (3), Centro Artes e Espectáculos, Polidesportivo, Gimnodesportivo, Capelas Mortuárias, Apoio Domiciliário, Lares/Centos Dia, Centro Social e Paroquial. Museu Alberto Sampaio, Biblioteca e Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, Posto Turismo, Câmara Municipal, Tribunal e Estabelecimento Prisional.

 

Párocos

José Carvalho (Tel.: 253416144)

Domingos Oliveira – S. Dâmaso (Tel.: 966008922)

 

Destaque

Colina Sagrada

O Castelo de S. Mamede foi mandado edificar pela Condessa Mumadona, na 2ª metade do séc. X, para protecção dos religiosos do mosteiro que criou, no local onde hoje está a Colegiada. A actual fortificação é o produto, na sua quase maioria das profundas remodelações que sofreu ao longo do séc. XII, no tempo de D. Afonso Henriques, e nos séculos XIII e XIV, durante o reinado de D. Dinis. Há, ainda vestígios de uma fase um pouco mais antiga, que se poderá atribuir aos finais do séc. XI (ao governo do Conde D. Henrique). A igreja românica de S. Miguel é a antiga paroquial da vila “alta” de Guimarães. Foi sede da paróquia que lhe deu o nome. Está associada aos primórdios da fundação de Portugal, pois segundo a tradição terá sido aí que foi batizado D. Afonso Henriques. O imponente Paço dos Duques de Bragança foi erigido por D. Afonso, filho bastardo de D. João I, e por ele legitimado em 1401. D. Afonso foi desde 1442 o 1º Duque de Bragança. A data em que se deverá ter iniciado a construção do Paço dos Duques, não é uniforme para todos os autores, dividindo-se estes entre 1412, 1414 e 1420. O último habitante do Paço dos Duques foi D. Duarte (1541-1576). A partir de 1576 e com a maior protuberância do Paço de Vila Viçosa, inicia o seu processo de decadência que culminará com a sua adaptação em 1807, para quartel militar, e por fim à sua reconstrução, no séc. XX. [Autor: António J. Oliveira]